Proposta para abordagem conservadora do joelho após lesão
As lesões do joelho de gravidade moderada e alta são muito comuns. Estas lesões podem ocorrer tanto em atletas de alta competição como em indivíduos sedentários.1 A gravidade das lesões depende do mecanismo lesional e existem duas abordagens possíveis de reabilitação: o tratamento conservador e o tratamento cirúrgico. 1 Nos atletas de alta competição é provável que a decisão clínica recaia sobre o tratamento cirúrgico dadas as características do individuo e a necessidade de retomar a atividade física. Não obstante, a intervenção invasiva nem sempre é proposta e inicia-se a abordagem conservadora.2
Existem diferentes protocolos de tratamento conservador do joelho pelo que se torna difícil existir unanimidade entre a comunidade médica e os fisioterapeutas.3 A maior parte dos protocolos e artigos sobre tratamento conservativo contemplam três fases de reabilitação: a Fase inicial, a Intermédia e a Avançada por um total de 5 ou 6 semanas.4 O tempo selecionado serve apenas como referência, mas a maior parte dos terapeutas baseiam a progressão de fase com base nos objetivos discutidos com o paciente e a evolução da sua condição. Normalmente as fases focam-se em diferentes aspetos interligados para manter uma progressão ótima e garantir um bom resultado.
Fase Inicial (1ª e 2ª semanas):
- Diz respeito às primeiras semanas pós-lesão;
- É caracterizada por dor e mobilidade reduzida do joelho, motivada pelo edema e inflamação;
- O objetivo desta fase é reduzir a inflamação e melhorar a mobilidade com exercícios leves e controlados;5
- Ao realizar os exercícios é importante controlar a dor e respeitar o conforto do paciente.
Fase Intermédia (3ª e 4ª semanas):
- O processo inflamatório está controlado, o paciente apresenta diminuição do edema e tem mais força e mobilidade no joelho;
- O paciente não apresenta dor nem limitações na realização dos exercícios;4,6
- Os objetivos desta fase são: aumentar a força muscular e retomar as atividades da vida diária (AVDs).
Fase Avançada (5ª e 6ª semanas):
- Esta é a última fase do tratamento conservador;
- O objetivo desta fase é adaptar os exercícios funcionais para a atividade do paciente e retomar a prática desportiva assintomático;4,6
Bibliografia
- Majewski M. Epidemiology of athletic knee injuries: A 10-year study. The knee, volume 13 issue 3. June 2006, Pages 184-188.
- David L. et. al. A conceptual framework for a sports knee injury performance profile (SKIPP) and return to activity criteria (RTAC). Brazilian journal of physical therapy 2015 Sep-Oct; 19(5): 340–359.
- Alice B.A. et. al. Diagnostic and treatment concordance between a physiotherapist and an orthopedic surgeon – A pilot study. Journal of interprofessional care. July 2008. Volume 22, issue 8.
- Jones BQ. Non surgical management of knee pain in adults. Am fam physician. 2015 nov. 15;92(10):875-83
- Rudavsky A., Cook J. Physiotherapy management of patellar tendinopathy (jumper’s knee); Journal of Physiotherapy. September 2014, volume 60, issue 3 pages 122-129.
- Michael A. Hunt et. al. A physiotherapist-delivered, combined exercise and pain coping skills training intervention for individuals with knee osteoarthritis: A pilot study. The knee, volume 20 issue 2. March 2013, Pages 106-112.
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