Desafíamos Emanuel Bragança, general Manager da One Clinics a responder à pergunta: – “O que pensa que vai ser a vida após covid-19 para as clínicas e a Medicina Física e Reabilitação no geral?
É um inimigo comum de todos Nós e que também despertou a capacidade de superação e espírito de corpo para vencermos não só o Coronavírus, mas também os tempos adversos que esta Crise proporciona hoje e que se acentuará ao longo de alguns meses.
Os efeitos económicos a jusante serão um sério problema e para o setor da Medicina Física e Reabilitação um verdadeiro desafio em que acredito que só os mais capazes estarão à altura. Esta área em particular que descrevo, é a da Medicina Física e Reabilitação em regime de ambulatório, convencionada com o Serviço Nacional de Saúde, onde realisticamente a maior parte da população através de credenciais emitidas nos centros de saúde pelos médicos de família se dirigem a centros privados para a execução dos seus tratamentos e consultas de fisiatria.
Os nossos clientes desesperam por nós todos os dias, mas é com responsabilidade e com valores fundamentais que a Gestão de Topo decide o seu encerramento, seja no Grupo One Clinics, seja também no próprio setor. E se houve positivismo que o nosso inimigo invisível tenha criado, foi esta capacidade de colocarmos de forma transparente à nossa frente os Valores da Humanização em detrimento de todo e qualquer outro Valor.
Para este setor, temos que ter a habilidade de sermos audazes para executarmos com elevado método algo que nos possa servir para que fiquemos todos alinhados para tratarmos as Pessoas da melhor maneira possível, pois as pessoas com AVCs não diminuí – diminuem sim, as suas entradas nas urgências (pelo medo de contágio do Coronavírus), e outras tantas causas que o medo faz com que haja afastamento dos cuidados de saúde mais prementes.
Em tempos de crise é importante não agir impulsivamente sendo fulcral praticarmos a reflexão, pois é na reflexão individual e também conjunta que saem os Planos Marshall que conduzem ao sucesso e ao caminho mais correto para que todos amanhã possamos viver a vida como a queremos que seja vivida, e na Medicina Física e Reabilitação eu acredito que o toque e a proximidade entre pessoas faz a diferença e conjuga o esforço de ambas as partes em torno do sucesso de toda e qualquer reabilitação.
Se há coisa em que também não tenho dúvidas é na capacidade de cada ser humano ter de se reinventar, de querer sempre fazer mais e melhor, e de se posicionar acima de qualquer limitação. Nas empresas é igual, mas todos alinhados com um denominador comum: Servir. E é servir de dentro para fora, e de fora para dentro.
Hoje estamos mais debilitados, mas por algum motivo parece-me que os dias de trabalho são iguais. Estamos em nossas casas com a mesma exigência e vejo estes exemplos todos os dias: Reunimos a equipa de coordenação operacional, a equipa de marketing, as equipas das unidades de saúde, todos os dias, até parece que estamos a funcionar mais que no pleno da nossa atividade, mas não estamos. É importante sentirmo-nos assim, pois só assim unidos em torno da causa comum é que conseguiremos ultrapassar estes desafios e voltarmos às operações com um grande sorriso espelhado na nossa alma.
Se vamos ficar melhores depois de tudo isto, se vamos continuar a trabalhar para Servir, se vai todo o propósito ser igual, não tenho nenhuma dúvida que assim o seja.
Resta-nos pensar que existe sempre um amanhã, e que lá estaremos para contribuir para o que de mais valioso existe: aumentar a qualidade de vida e a esperança de vida de todos, colocando a humanização no centro dos cuidados de saúde que devem ser prestados.
Estamos juntos nesta luta.
Veja o depoimento do Dr. Emanuel Bragança no vídeo disponibilizado no canal de Youtube de Hugo Belchior.
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