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Tratar a Entorse através do Método POLICE

O que é?

A entorse do tornozelo é um mecanismo de lesão mais comuns do sistema músculo-esquelético, ocorre quando existe uma torção do tornozelo, levando ao alongamento excessivo e stress dos ligamentos.

Os ligamentos são estruturas elásticas que envolvem a articulação do tornozelo mantendo-a na posição correta. Num movimento normal estes ligamentos vão alongar e voltar ao seu ponto de partida sem sofrer danos. Quando ocorre entorse os ligamentos vão alongar além do seu limite (temos como exemplo um elástico).

Sintomas/graus

Os sintomas variam de indivíduo para indivíduo, mas também de acordo com a gravidade/grau da entorse. Os principais sintomas vão desde a presença de dor no momento da entorse, edema/inchaço, equimose até à impossibilidade de colocar carga no tornozelo.

 

Grau 1 (ligeiro) Estiramento ligeiro

Sem instabilidade

 

Sem equimose

Dor ligeira à palpação e ao movimento

Edema/inchaço ligeiro

Grau 2 (moderado) Rutura parcial dos ligamentos

Instabilidade ligeira a moderada

Equimose moderada

Edema localizado

Grau 3 (grave) Rutura completa dos ligamentos

Instabilidade significante

Equimose extensa

Dor elevada

Edema em torno do tornozelo

 

O primeiro passo após entorse deve ser realizado casa, este é a diminuição dos sintomas existentes. Para tal, existe o seguinte protocolo que deve ser realizado até 72h após a entorse.

Protocolo POLICE

P (proteção) – Deve proteger a área lesada contra lesões adicionais, com ajuda de muletas ou bengala.

O e L (carga otimizada) – nesta etapa pretende-se manter o movimento da articulação de modo a que exista uma estimulação neural e mecânica prevenindo assim a diminuição da qualidade, rigidez e carga excessiva do tornozelo. Aqui é necessário realizar movimentos leves com o tornozelo para cima e para baixo, para a esquerda e para a direita bem como descarga parcial do peso (colocar-se de pé e ir alternando 20% do peso para o pé lesado).

 

I (gelo) – colocação de gelo na zona lesada 2 a 3 vezes ao dia, durante 10-15 min. Não esquecer que deve utilizar um pano a cobrir o gelo e não colocar diretamente sobre a pele.

C (compressão) – aplicação de ligadura elástica ou pé elástico para diminuição do edema/inchaço.

E (elevação) – elevar o membro lesado, acima do nível do coração, com almofadas ou outro material que tenha, de modo a facilitar a drenagem e reduzir o edema.

Ter em atenção que este protocolo são dicas para uma lesão de grau ligeiro a moderado, é sempre importante aconselhar-se com um profissional de saúde (médico ou fisioterapeuta) especialmente se os sintomas persistirem.

Bibliografia
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  • Hubbard, T., Wikstrom, E. Ankle sprain: pathophysiology, predisposing factors, and management strategies. 2010. Open Access Journal of Sports Medicine.
  • Polzer, H., et al. Diagnosis and treatment of acute ankle injuries: development of an evidence-based algorithm. 2012. Orthopedic Reviews 4-5.

 

Fisioterapeuta Andreia Gomes e Fisioterapeuta Marta Gonçalves | One Clinics Oeiras 

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