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Dicas para cuidadores: levantar, rodar e estimular o doente acamado

Estima-se que, na Europa, 80% dos cuidados sejam prestados por familiares ou amigos. Os doentes acamados exigem cuidados redobrados no que toca à supervisão e à higiene pessoal.  Inevitavelmente, os cuidados com os acamados têm uma maior frequência, sobretudo na alteração das suas posições e verificação das suas condições de saúde, evitando problemas como escaras e trabalhando, tanto quanto possível, a sua mobilidade.

Nem sempre ajudar em todos os movimentos é estar a ajudar o doente. Este deve, sempre que possível e com a consciência clara da sua capacidade, executar movimentos de forma autónoma, promovendo a sua capacidade física e psicológica. Acreditamos que é igualmente importante trabalhar as emoções destes pacientes, incentivar a sua força e positividade para superar o seu dia-a-dia.

Cuidar é dar vida ao outro. Por isso, desenvolvemos alguns conceitos importantes para os cuidadores que em casa e/ou nos seus trabalhos necessitam de dar apoio a acamados que foram vítimas de acidente, idosos ou com patologias neurológicas degenerativas.

 

Posicionamento de utentes acamados

Cuidados a ter:

  • Sempre que possível, mudar o posicionamento do utente acamado de duas em duas horas;
  • Utilizar muitas almofadas, tanto o tronco como todos os segmentos devem estar bem apoiados;
  • Atenção aos pontos de pressão: não deixar o peso apoiado em pontos pequenos (por exemplo os calcanhares ou os cotovelos)

Deitado de barriga para cima:

  • A cabeceira da cama deverá estar elevada (utilizar almofadas ou um cobertor por baixo do colchão);
  • Manter os pés a apontar para cima, não forçar com a roupa da cama;

Deitado de lado:

  • Evitar que os joelhos e os tornozelos fiquem contacto, mais almofadas;
  • Oferecer um bom suporte à cervical;

Dependência na mobilidade

 

  • Solicite sempre o máximo de ajuda possível do utente que está a auxiliar;
  • Não arraste o seu utente na cama;
  • Se tentar puxar por um braço ou uma perna para tentar ajudar corre o risco de lesionar o seu utente;
  • As pegas devem ser feitas a nível das omoplatas e da bacia sempre que possível;
  • As mãos seguram, não agarram;
  • Deitar de lado antes de sentar torna a manobra mais fácil, confortável e segura. E o utente consegue dar o seu contributo
  • Garantir que, durante o processo, as mãos estão secas (evitando possíveis escorregadelas).

Pegas

 

Principais causas de acidente durante uma transferência

  • Segurar o utente demasiado tempo: a transferência deve ser feita de forma rápida num gesto único;
  • Evite obstruções: antes de iniciar qualquer manobra de transferência verifique se o caminho está desimpedido, objetos como móveis ou tapetes;
  • Promova uma boa comunicação: a falta de comunicação entre utente e cuidador de pode ser um fator de perigo, o utente tem sempre de saber o que vai acontecer e o que pode fazer para ajudar.

 

Cuidados a ter com doente com AVC

Estimular

  • Evitar que o utente realize todas as suas interações pelo lado saudável: o lado afetado deve ser estimulado.
  • Colocar a televisão, o comando ou o telemóvel do lado afetado, são exemplos de medidas importantes.

Mobilizar

  • Mobilizar os segmentos afetados pelo AVC é essencial para a manutenção das amplitudes de movimento e conforto do utente. É muito importante dar um bom suporte ao membro e não forçar as amplitudes, o utente deve ajudar em tudo mesmo que não seja capaz de concluir a ação

Transferir

  • Quer o utente esteja a ser transferido da cama para uma cadeira, vice-versa ou de uma cadeira para a outra, o ponto de destino deve estar do seu lado saudável.

 

Bibliografia
  • Almeida, P. (2003). Posicionamentos, transferências e mobilidade do utente. ESSA – Alcoitão
Fisioterapeuta Nuno Magalhães | One Clinics Oeiras

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